sábado, 27 de outubro de 2012

Day 2 — Your Crush

Carol,

Bem. Digamos que você é atualmente, o que eu tenho mais parecido com o que eu imagino que seja uma crush - ou seja, pensamentos bobinhos, ficar feliz por ver mensagem sua, você curtindo algo que eu publiquei, sabendo que você falou de mim, enfim. Apesar da vida. E da Ingrid, né. Olha, não tô querendo afrontar sua namorada nem nada, até porque você nem lê meu blog, muito menos ela. Então. Parando de enrolar e falando as coisas que eu gostaria de dizer.

O pessoal pensou que minha crush por você só ficou real quando eu fiquei sabendo do teu namoro. Bem, pena que eles não tem acesso ao meu diário e ao texto que eu escrevi sobre duas garotas no primeiro semestre do ano passado, bem antes de Ingrid ser o nome da sua namorada e não da ex-namorada do Henry, de a mulher do viajante do tempo, ou do Dexter, de um dia. Não que eu esteja dizendo que por causa de algum tipo de maldição literária ela vá ser sua ex-namorada. Nem tô torcendo por isso, porque afinal, eu não sou uma personagem antagonista de novela.

Eu só. Bah. Eu lembro quando eu tive que dizer que tinha um sentimentozinho por ti, porque eu estava irritada com toda a história da Ingrid - claro que eu fiquei irritada, porque motivos - e você disse que se eu tivesse falado antes, poderia ser diferente. E eu inventando que queria fazer uma pesquisa de opinião entre os meus amigos para saber qual deles me pegaria, mas era só uma desculpa, porque eu queria saber a sua resposta, especificamente. E você disse que sim, e ainda completou que me achava legal e bonita, que era algo que eu não esperava e me fez agitar as mãos na frente do computador.

O que eu gosto de lembrar é de quando eu ia matar minha aula na sua sala (e de 90% dos meus amigos do Farias Brito, né) e a gente sempre sentava perto e você ficava rindo e surtando comigo. E você robou a lista que eu fiz com o nome dos meus futuros 70 gatos, mas você não vai ser uma velha dos gatos, Carol.

Eu lembro também de você perseguindo as garotas lésbicas/bissexuais do Farias Brito e do ciúme que me dava de ver você indo atrás delas, e eu brincava perguntando se eu já não era suficiente. Bem, bem, não sei se você tomou tudo na brincadeira ou não, mas acho que sim. Acho que sim.

O fato é que tu e a Naile (oi, Naile, espero que você não esteja lendo isso) foram as duas garotas por quem eu mais me senti atraída na vida e principalmente tu, porque... bah. Porque tu é minha crush, né. Eu ficava te mandando mensagens malucas no meio da aula, tu apenas a algumas salas de distância e tu respondia mais malucamente ainda.

Claro que eu tô idealizando tudo - eu nunca estive no teu "círculo principal" de amigos e nem tu nos meus, e a gente nunca chegou a ser confidentes nem nada, mas aqui eu tô falando de um certo tipo de paixão platônica, mas não tão distante. Quero dizer, eu fiquei feliz em sentir o que eu senti por você e até agora, só tive poucos momentos de tristeza em relação a isso. Nem sei mais o que eu tô falando, sabia? Um monte de coisas que tu nunca vai saber, parece.

Agora eu lembro daquela festa com a galera de Harry Potter, na hora em que a gente estava naquela sala de dança e o Ygor entrou, e eu disse para ti "se ele tentar qualquer coisa comigo, eu vou te agarrar! Tu vai ser minha namorada hoje" e tu topou, e aí... aí ele me puxou para ficar perto dele e eu me livrei dele e nem te beijei. Mas eu deveria ter de beijado. Eu deveria ter te beijado.

De qualquer forma. Desejo muita coisa boa pra você, até porque meus sentimentos geram uma dor positiva, e não uma dor negativa meu deus quero morrer alguém me mata como outros já geraram.

Amor,

Morgana.