A vida é difícil quando a história não tem do que reclamar de você, quando você fez tudo direitinho, quando ninguém na porra do mundo tinha do que reclamar de você. Eu não sou Maria Antonieta, eu não gastei tudo em roupas e festas e mandei meu povo ir comer brioches. Eu não virei uma citação numa música de uma das bandas mais fodas de todos os tempos. Eu também não sou Carlota Joaquina, sem querer o pó do Brasil. Eu amo o Brasil. Eu amo o calor, eu amo os pretos, os mulatos, os índios. Eu não fiz nada de errado. É claro, posso ter sido egoísta, posso ter descontado minha raiva num travesseiro, posso ter dado um tapa no rosto de uma escrava, posso ter feito muitas coisas, mas nenhuma delas me valeu um lugar de destaque.
Não adianta ser gente boa nessa mundo. Não adianta, porque aí chega um 15 de novembro e te expulsam da sua casa e aí você morre. Você não teve a cabeça cortada - nem isso, para te tornar um pouco famosa! -, mas sentiu o coração ser arrancado do peito. O que eu ganhei depois de morta? Uma música? Um filme? Não. Um poema do meu marido. E deveria parecer o suficiente.
Mas não é. Não é e esse mundo é uma puta de uma injustiça com quem tenta ser um pouco legal. Porque, quando você é bom, ninguém lembra de você. Nem os professores de História tiram um momento para dizer "Dona Teresa Cristina". Mas quando você é mau... ah, quando você é mau! Quando você é Elizabeth Bathory. Ou quando você é louco, não é, d. Maria? Ou quando você é homem e é um homem bom, caro Jesus.
Ser mulher e ser boa é um passaporte pro esquecimento.
Na próxima encarnação, quero ser o estopim da terceira guerra.
Quero falar um pouco sobre "A Baleia"
Há um ano
2 comentários:
voce tambem gosta de branquinhas? como eu...
Isso SUPER dava uma letra de música, se liga.
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