domingo, 27 de fevereiro de 2011

Maria Dorothea Joaquina de Seixas

Eu nunca achei que amor era uma coisa fácil - quer dizer, a jornada, entende? A jornada era difícil, mas depois que você chegava ao destino, tudo ficava mais fácil. É claro que eu estava errada. Não fica fácil, vai ficando mais e mais difícil. Eu não tô dizendo isso por mim, já que eu nunca passei por esse tipo de experiência, mas eu tô dizendo pelo que eu leio das outras pessoas. Eu pensava que, quando uma pessoa tinha amor, podia acontecer o que fosse no mundo que ela nunca ficaria inteiramente triste, porque sabia que tinha alguém lá por ela. Com os amigos também é assim, e eu fico pensando por que eu passei tanto tempo da minha vida idealizando uma coisa que eu já tinha numa quantidade bem maior que eu mereço. Mas tem uma diferença, né? Uma das definições mais legais que eu já ouvi foi a da Júlia, que disse que estar com o Thiago era como estar sozinha. Com os amigos, ela pode não ficar totalmente à vontade, mas com o Thiago ela sempre estará se sentindo bem. O quão bonito é isso? Só que aí eu lembro que ela ainda tem muitos sentimentos que não condizem com o que eu pensava dos apaixonados, tipo tristeza, tipo raiva, tipo várias coisas. Por isso que eu queria agradecer a todo mundo que me fez enxergar que eu não preciso ficar desesperada esperando por algo que eu já tenho de certa forma. E também desejar força a todo mundo que tá passando por problemas, mesmo já tendo chegado ao destino.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

I loved you first

Daí eu fico olhando pela sacada da janela e vejo as ondas quebrarem e penso como é injusto você ter feito isso, você ter esquecido de mim tão fácil, você simplesmente ter partido. E como é injusto eu ainda te amar, depois de tanto, tanto, tanto tempo, parece que meu coração resolveu que só bateria por você, parece que tem alguma maldição em mim que diz que se eu parar de te amar, ele vai parar. E daí meu cérebro não para de te amar, nem meu sangue, nem nenhuma parte do meu corpo. Eu vejo as ondas do mar, indo e vindo, e vejo a areia da praia e penso que seria tão fácil fazer como eu já fiz em outras vidas, sabe, de ir até o mar e simplesmente sentir o vento no litoral, os cavalos marinhos e todas essas outras coisas. Mas aí que seria injusto mesmo, comigo e contigo, porque mesmo que tu já tenha me esquecido, eu sei que tem uma parte de ti, do teu subconsciente que não esqueceu. O cérebro tem dessas coisas. Me faz te amar pra sempre e me tortura com isso e faz com que você me ame para sempre, mesmo que tu nem lembre disso. Eu olho pro mar e pro céu e um pensamento vem na minha cabeça e isso me deixa tranquila, me deixa relaxada, e me faz sorrir. Eu te amei primeiro, eu vou te amar sempre e vai durar pra sempre aqui dentro da gente. Não foi você que esqueceu de nós. Foi o mundo.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Bolha de sabão

O peito pesado, o estômago embrulhado, eu não tenho nada a ver com essa história, mas parece que é comigo. E parece que é comigo tanta coisa que não é e é tão ruim pegar um pouco da dor de todo mundo - só um pouco, porque a dor que eu sinto nunca vai ser maior do que as das outras pessoas, do que a velha viúva na rua, do que a criança que dorme numa caixa de papelão -, mas pegar um pouco da dor de todo mundo, deus, por que é que o senhor fez isso comigo? daí à noite eu choro e não é nem por mim, porque eu tô feliz, mas é por outras pessoas, que eu nunca vi, que eu não conheço as histórias, com quem eu não falei. E dói do mesmo jeito. Eu só queria poder me dissolver assim, no espaço, como se não fosse nada, como se não desse para sentir dor nenhuma, como se não existisse dor nenhuma fora (e dentro) da porta de casa e do coração de cada um. Ah, se eu pudesse me dissolver apenas por um momento, apenas por um descanso, deixar de existir em um segundo só...