quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Daquela vez em que eu sonhei com o Renato Russo

A parte mais engraçada é que domingo, quando tudo aquilo acontecia, estava tocando Metal Contra as Nuvens. E enquanto eu escrevia coisas que, normalmente, nunca pensaria em escrever, o Renato Russo cantava "não aprendi a me render, que caia o inimigo então". Assim que eu fechei tudo, menos o windows media player, eu percebi isso e... não deixei chegar até o IV. Vocês sabem, vocês sabem, a repetição da eterna verdade da vida, de que nossa história não estará pelo avesso assim. Porque bem, teve aquela vez que eu sonhei com o Renato Russo. A gente tava no auditório do Centro de Convenções, estava vazio e nós dois estávamos sentados um do lado do outro e ele começou a cantar O Teatro dos Vampiros.

Olha, de novo. "Não aprendi a me render, que caia o inimigo então."

Então que nenhum dia eu estou conseguindo ir dormir bem, mas esses detalhes são desnecessários. Só importa que ontem, mais ou menos onze e meia da noite, enquanto eu mordia meus punhos pra não soluçar, a voz do Renato Russo começou a cantar na minha cabeça que "tudo passa, tudo passará."

E eu me obriguei a parar de morder minhas mãos e repetir, infinitamente, "vai ficar tudo bem", mesmo com a voz trêmula de uma pessoa chorosa que não acredita nisso. E é isso. Vai ficar tudo bem, assim como outro dia vai tudo piorar, e depois vai ficar tudo bem de novo, como falou sabiamente a Júlia.

Dessa vez, eu deixei a música tocar até o final.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

respira profundamente enquanto encosta as costas na parede

escorrega até o chão dramaticamente como se estivesse num filme, abraça os joelhos e apoia o queixo no tecido grosso das calças jeans, morde o lábio inferior e pensa que seria melhor se pudesse morder até sangrar, queria ter esse tipo de coragem, de se machucar assim, mas não tem, então simplesmente finca as unhas na pele do braço, até ficar bem vermelho, demora um pouco porque ele sempre gosta de roer as unhas, ou melhor, ele não gosta, quando ele vê, ele já está roendo. fecha os olhos e respira profundamente, uma, duas, três vezes e repetidamente, fecha os olhos e fica vendo aquelas luzinhas brancas que aparecem nas pálpebras, como se fossem um filmezinho pessoal, como se seu cérebro estivesse tentando dizer alguma coisa, mas ele não consegue entender nada. tira as unhas da pele, está vermelho, estica as pernas e fica olhando para os pés descalços, pensa por uns instantes que tem pé de retirante nordestino, todo rachado embaixo e pensa também que deveria seguir os conselhos da mãe e andar com chinelos, mas é tão bom andar descalço, ele pensa. ele tenta pensar em outra coisa, ele tenta focar sua mente em pés e unhas e lábios, mas a mente sempre volta pra mesma memória, e ele leu em um poema que em três noites padeci três anos e ele pensa que é exatamente assim, e as lágrimas já estão no seus olhos e escorrem pelo queixo e pelo pescoço e é uma sensação engraçada. respira profundamente e se levanta, ainda com as costas encostadas na parede.

sábado, 10 de setembro de 2011

A playlist que tem tocado na minha cabeça infinitamente

Wake you up in the middle of the night to say I will never walk away again so you can hurt hurt me bad still I'll raise the flag I know something is broken and I'm trying to fix it 12:51 is the time my voice found the words I sought you-ology me-ology love-ology kiss-ology stay-ology please-ology I need you so much closer so come on (time truth and hearts) if you can hold on if you can hold on let me go and I will run I will not be silent

Llama
Llama
Duck.