domingo, 20 de maio de 2012

e aí, Ed, o que você fez de útil nesses 19 anos de vida?

Eu tenho uma tendência muito grande a reler - reler livros, posts, respostas. Rever acontecimentos, passar um filme na minha cabeça, tentando entender, tentando encontrar alguma coisa que explique o que eu sinto, ou a razão de eu me sentir como eu sinto, ou sei lá o que. Eu fico buscando dentro de mim algum sentido para milhares de coisas, mas fico tão concentrada em buscar o passo-a-passo do agora que quase não me resta tempo para pensar apenas no agora. Qual o momento em que tudo muda? As coisas simplesmente não acontecem do nada. Deve ter um motivo para eu me sentir assim. Eu não queria ser uma pessoa presa, entendem? Eu queria poder morar em qualquer lugar, um dia me dar uma doida e eu me mudar, sei lá, para o Rio de Janeiro. Quem sabe para Campo Grande? Ou talvez, Manaus, Aracaju, Belo Horizonte. Eu ficava criando destinos na minha cabeça, e imaginando as viagens que eu faria - e isso é algo que me deprime, porque com certeza eu não conhecerei nem um terço dos lugares que eu quero conhecer. Mas então, as pessoas. Eu penso que gostaria de ser um Ed para alguém, só por um segundo, só para sentir que fiz algo de útil na minha vida. Isso é um sonho muito alto, não é? Uma vibe meio Jesus Cristo, vamos ajudar os outros, trálálá. Como é que a gente ajuda os outros sem se ajudar? O Ed foi totalmente altruísta, eu estou sendo meio egoísta. Eu quero mudar - mudar por dentro, ou mudar alguém, ou mudar qualquer coisa -, mas porque eu preciso fazer algo por mim. Para mim. No começo, ele nem sabia o que estava fazendo, mas aí ele foi mudando todas aquelas pessoas, em tantos níveis diferentes... e isso acabou mudando ele. Sem querer. Algumas pessoas dizem que, quando você quer alguma coisa, fica mais difícil você conseguir. Tipo, sei lá, paixão correspondida. Dizem que, quanto mais você pensa nisso, mais longe isso fica de você. Eu já escutei muito isso. Eu nem me importo mais, de certa forma. Às vezes, eu tenho crises de preciso disso, mas depois eu penso que tenho que me amar primeiro. E isso é difícil. Entrar dentro da própria cabeça e encarar a si mesmo como um desconhecido, e pensar que você teria apreço por esse desconhecido - só não tem porque, bem, é você. Daí eu penso nessa coisa, de mudar vidas, mas daí? Talvez seja algo que você goste e guarde com carinho, e recorra a essa lembrança desesperadamente: eu não estou sendo útil agora, mas em algum momento, eu mudei tal pessoa. Deixei uma alteração no mundo. E eu imagino que alguém se ria disso, e diga que mudar uma pessoa não é grande coisa, porque existem milhões de pessoas no mundo, e você não pode salvar todas elas. Mas olha só. Tava vendo um documentário ontem sobre buracos negros, e um cara disse que eles são coisas muito pequenas. Muito pequenas. E olha só o que eles conseguem fazer, né?

2 comentários:

Hide and Seek disse...

QUE LINDO, SUA LINDA.

Adorei o final <3 E tudo <3

E você mudou minha vida. Just saying.

BARROS, Bruna Andrade. disse...

Né? ♥♥♥