sábado, 14 de maio de 2011

A movie script ending

Eu tinha feito toda uma trilha sonora na minha cabeça. Eu tinha até pensado em falas e coisas do gênero, mas no final das contas, o diálogo planejado nunca daria certo, porque você iria fugir de todas as minhas expectativas. Eu tinha planejado guardar todas as fotos com muito carinho no meu espelho, mas acabei colocando-as numa caixa, para que não chorasse cada vez que as visse. Eu tinha tudo planejado - incluindo não chorar, mas ah, foi tão difícil. Eu tinha desejado que esse dia não chegasse, nunca, nunca, nunca, que a semana que você passou aqui fosse eterna, mas não foi, não foi. Eu não sei mais quanto tempo eu vou aguentar ficar assim - vale a pena, cada momento vale a pena, até mesmo te deixar no aeroporto com lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas vale a pena. Queria que você fosse ruim, que eu pudesse desistir logo de você e encerrar esse filme. Mas você é bom, e eu amo você e eu vou continuar tentando.

domingo, 10 de abril de 2011

Day 10 — Someone you don’t talk to as much as you’d like to

Querida Júlia,

Vou logo dizendo que essa será a carta mais ridícula que você receberá em toda a sua vida. Aliás, essa também é a carta mais ridícula que você lerá. Eu estava esperando começar com algo delicado e poético e bonitinho, que te fizesse para e refletir sobre a vida enquanto se deliciava com aquele seu famoso bolo de algum sabor que eu não lembro vegan. Meu objetivo já foi minado nesse parágrafo, infelizmente.


Eu acho que você escreveu essa carta para a sua mãe. Não lembro e estou com preguiça de procurar. Eu estou lembrando disso porque eu sempre lembro de como você escreve coisas bonitas, de como eu já te amava antes mesmo de conversar contigo, só pelo que tu escrevia. Sempre parece estranho e até mesmo falso, dizer que amava uma pessoa antes de falar com ela, só pelo que ela te transmitia, mas bem, é a verdade. Você pode até perguntar para os meus amigos: "Qual o nome que mais sai da boca da Morgana num período de um dia?", e a resposta vai ser sempre "Júlia." E, claro, o Cord iria zoar de mim e me imitar dizendo "Eu amo a Júlia!" e agitando os bracinhos. Mas enfim.


A tua janela está sempre aberta no meu msn e por vezes eu digito coisas, mas sempre penso que serão coisas estúpidas demais e não mando. O ruim de ter te amado pelos textos antes de te amar pelas conversas (?) é que eu não consigo falar contigo como quando eu falo com outras pessoas. E é simplesmente horrível, porque eu só consigo falar contigo quando é algum assunto "sério", mesmo que a gente fique rindo e fazendo piada depois. Eu queria conseguir falar besteiras contigo e fazer brincadeiras, mas eu não consigo. I'm a creep, I'm a weirdo, blábláblá.


BEM, agora você já sabe que eu estou escrevendo a carta mais stalker do mundo para ti e coisa e tal, então eu estou com muita vergonha de terminar. Mas vamos lá. Respiração profunda e seguir em frente e coisa e tal. Eu nem lembro mais o que eu queria falar aqui, sua chata. Não, espera aí, ignora esse parágrafo. Vamos fingir que ele nunca aconteceu.


Eu lembro que, quando eu fui pra Porto Alegre, eu já te tinha no msn, mas não falava contigo. E eu estava doida para dizer "Ei, você nem sabe o meu nome, mas eu estou indo para Porto Alegre e amaria te conhecer!", mas é claro que não disse. E, absolutamente todas as vezes que nós saímos para passear, eu ficava olhando ao redor procurando qualquer menção de Júlia e Thiago possíveis. Pena que nós só almoçamos em churrascarias, os últimos lugares onde eu poderia te encontrar.


(parênteses para dizer que eu só comi carne ruim aí, que as do Ceará são mais gostosas e acho que teria feito melhores refeições veganas na sua companhia, etc.)


O que eu queria dizer mesmo? Ah, sim. A sua janela do msn está sempre aberta porque eu me sinto bem sabendo que tu tá ali e que eu posso falar contigo a qualquer momento, mesmo não o fazendo. Aí, quando tu sai, normalmente bate uma tristeza e eu penso que deveria ter falado contigo. É claro que tu pode ter só ficado off-line e coisa e tal, como eu quase sempre fico, mas enfim. Você entendeu o espírito da coisa - as conversas que eu tenho contigo me fazem bem, por menores e mais raras que elas sejam. É isso.


E eu poderia me estender aqui por mais e mais parágrafos, mas já estou achando que estou enchendo o saco e morrendo de vergonha e tudo o mais. E sobre a foto: foi a primeira foto que eu tirei, do céu de Porto Alegre, quando estava voltando para casa. Viu? Teve alguma coisa razoavelmente poética nessa carta. Ahá!

Com muito amor (caso você não tenha percebido),

Morgana.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Corazón.

Eu fico relendo nossas MPs. São quarenta e duas MPs suas, duas da Cah e as outras que eu vou recebendo e vou deletando, porque eu simplesmente não quero ter que apagar as nossas conversas, os nossos momentos. Eu te amo demais, tu sabe disso, nem faz sentido esse amor todo (nenhum amor faz sentido, por sinal, muito menos os meus), mas ele existe. E eu queria que continuasse, que tu ainda me mandasse mensagens dizendo se está tudo bem, se está tudo péssimo, como você está. Porque, bah, com certeza tu já foi uma colona amigável com uma índia em uma de tuas vidas passadas hahaha Deu saudade de ti agora - na verdade, deu há um tempão, quando minha mãe - minha mãe! - perguntou como você estava. Ah, estou sendo assustadora de novo. Não ligo, não ligo. Obrigada por todas as palavras carinhosas que você me deu. E espero que esteja tudo bem e tudo fique bem com você, sempre. ♥

sexta-feira, 18 de março de 2011

é claro que eu me deixei levar

e deixaria sempre, pequena criança, se fosse pelas suas mãos. elas são como o mar, entende, eu simplesmente não posso lutar, não posso resistir. é engraçado. não é triste, não dessa vez, nem é bonito, nem é poético. não precisa de definição nenhuma. eu me deixei levar, é isso, fim da história.

porque ficaria mais bonito como título e um vazio

do que como título e post.

porque eu choro.

um minuto e quarenta segundos e eu choro

Rascunhos

Tem coisas escritas aqui que eu deveria postar, porque sempre que eu venho, eu leio, mas sei lá. Elas me parecem tão confortáveis sem a publicação. Não é nada demais. Mas tira um peso dos meus ombros e tudo fica mais tranquilo.