sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Por alguma razão,

eu me lembrei agora de quando fui para o Rio Grande do Sul - especificamente, quando fui para Porto Alegre. Lá, havia dois recepcionistas: Rafael, que só tinha vinte e dois anos, cara de bebê, cabelo loiro e lindo, meio longuinho, descendo pelo pescoço e grandes olhos azuis-clarissímos. Sorria sempre, um sorriso puro, de anjo. Um sorriso sempre simpático, um sorriso que você deseja sempre para si. E ele sempre falava com calma e demonstrando atenção com o que você falava, ria das coisas que você ria, interessava-se pelo que você estava lendo. Não se preocupava em perder tempo conversando com um bando de cearenses que achavam aquele frio todo uma graça. E tinha o Adriano, que não sei a idade, mas devia ser entre 25 e 30. O cabelo era preto e arrepiado, tinha olhos escuros. Cara e jeito de homem, era cheio de ironia, sorria malicioso ou brincalhão, pegava na sua cintura perguntando se você precisava de ajuda, quando te via com um copo de vinho descendo meio cambaleante a escada. E ria quando você dizia "sou menor de idade!", e murmurava um "sei..." sarcástico antes de voltar para o trabalho. Interessava-se pelas suas histórias de lugares quentes e comentava que às vezes lá era quente - recebendo, claro, risadas dos nordestinos. Os dois só usavam ternos e trabalhavam no período da noite, que era minha hora preferida de lá, porque eu podia ficar com eles. Jantavam com a gente, divertindo-se. Por alguma razão, acho que nunca vou me esquecer deles. E espero que role o mesmo do outro lado.

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