domingo, 23 de agosto de 2009

Intertextualidade

Pálida, à luz da lâmpada sombria
Sobre o leito de flores reclinada
Como a lua por noite embalsamada
Entre as nuvens do amor, ela dormia

Era a virgem do mar! na escuma fria
Pela maré das águas embaladas
Era um anjo entre as nuvens da alvorada!
Que em sonhos se banhava e se esquecia

Era mais bela! o seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites velei chorando
Por ti - nos sonhos morrerei sorrindo!

(álvares de azevedo)


Pálida, bela, escultural, clorótica
Sobre o divã suavíssimo deitada,
Ela lembrava -- a pálpebra cerrada --
Uma ilusão esplêndida de ótica.

A peregrina carnação das formas,
- o sensual e límpido contorno,
Tinham esse quê de avérnico e de morno,
Davam a Zola as mais corretas normas!...

Ela dormia como a Vênus casta
E a negra coma aveludada e basta
Lhe resvalava sobre o doce flanco...

Enquanto o luar -- pela janela aberta -
- como uma vaga exclamação - incerta
Entrava a flux - cascateado - branco!...

(cruz e sousa)


domingo, 16 de agosto de 2009

Às vezes

eu acho que deveria fazer um blog de fotografia.

Não que eu não tenha alguma fotografia magnífica, mas eu gosto de fotografar.

sábado, 15 de agosto de 2009

Devaneio

Meu pai está passando uma longa temporada em Brasília. Já está há um mês fora, tirando um final de semana que ele veio me visitar e tudo o mais. Na verdade, mais de um mês. De qualquer forma, é tão estranho falar com ele por telefone - eu tento me despedir sempre o mais rápido possível. E quando é pelo msn, e eu o vejo chorando pela cam?! É mil vezes mais estranho, é esquisito. Eu não sinto saudade. Eu corro para abraçá-lo, digo "eu te amo", digo que "estou morrendo de saudades", mas não sinto nada disso. É tão normal para mim, não estar com ele por perto. Ou ainda: é tão normal para mim, não estar com alguém por perto.

Quando eu era pequena, minha mãe viajava muito (ela ainda viaja, mas agora não é tão relevante assim), e eu morria de saudade. Na minha cabeça, é como se ela viajasse a cada semana; mas acho que era uma vez por mês. Viagens longas. Tem uma imagem que eu não sei se é fruto da minha imaginação ou se é realmente uma lembrança: minha mãe, mexendo no nosso velho computador logo após chegar de viagem e eu sentada atrás dela, olhando. É meio insossa para quem lê, mas mexe de alguma forma no meu coração.

Eu ficava na escola em período integral, desde pequena. Mal parava em casa. Meus pais mal paravam em casa. Minha mãe, então, é sorte se eu a vejo duas vezes num dia (ultimamente não, dada a circunstância da viagem do meu pai, mas vocês captaram). Acho que isso fez com que eu não sentisse saudades - ou não. Tem algumas vezes que eu tenho um aperto muito grande no peito e fico precisando de alguma pessoa, mas passa tão rápido que... Sei lá.

Com a Tangerina adolescente, os pais passam o dia fora e ela passa quase o dia todo na escola. Até nos finais de semana, por exemplo, meus pais saem e eu fico em casa. Se eu saio, gosto de sair com meus amigos. E quando meus pais estão em casa... Eu não gosto de ficar perto. Eu abraço, beijo, assisto filmes com eles, mas é só para que eu não fique parecendo uma filha ruim. É estranho. Meu pai às vezes diz "Quando você era bebê, só queria ficar comigo. Deitava na minha barriga e ficava brincando com os meus óculos". E minha mãe disse, uma vez "Eu acho que seu pai demonstra muito mais o amor do que eu. Eu não sei porque você parece gostar mais de mim ou algo assim, eu nunca fiz nada que merecesse isso."

Álvares de Azevedo (sempre ele, sempre ele!...) amava demais seus pais. Vivia escrevendo cartas à mãe, todas elas terminavam em algo como "Lance sua bênção sobre seu filho do coração" ou "Com amor, do seu filho do coração" ou coisas assim. E ele sempre respeitou muito o pai, como é citado em dois poemas dele ("Ideias Íntimas" e "Lembrança de morrer", se não me engano, para os curiosos), e nem preciso falar da mãe, que recebe um pequeno poema-dedicatória na "Lira dos Vinte anos". Em contraposição, meu amado L é órfão e nada é citado sobre seus pais. Ele não dá a mínima. Ele aparenta não dar a mínima para nada, não sentir falta, nada do tipo.

E... Sinceramente, não tenho nenhum objetivo real escrevendo isso. Não quero por ninguém para pensar ou algo assim. É só um devaneio meu. Sei lá.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Injeção de felicidade

AMOOOR! Que mundo feliz, que vida bela, que bela vida! Ah, imagina só ganhar um abraço bem apertado de um amigo! Um beijo muito fofinho na bochecha! Ah, o amor é uma coisa linda! Triste também, mas ignorem. Ah, quer saber? Ignorem o amor também! Vamos falar de amizade e de viver, porque - como disse o poeta - viver é sonhar! Vamos sonhar! Vamos viver, vamos correr, vamos pular! Vamos aproveitar esse nosso tempo, que não mentirei para vocês, é curto, curtíssimo, quase inexistente! Mas podemos fazer com que ele valha a pena. Podemos amar, amar, amar! Amar as flores, os pássaros, as árvores, amar os amores! A vida é linda, não acham? Viver é lindo! Cante, ame, viva! Deixe de ficar aflito por nada - só fique aflito quando houver uma boa razão (mesmo que você não tenha descoberto ainda)! E no mais... Diga que me ama, porque eu mereço!

Amo vocês. Beijos.

domingo, 9 de agosto de 2009

Randomicamente falando

Agora que tem um pôster de D.Gray-man no meu quarto, eu fico achando interessante dormir e me trocar. Porque tem a Lenalee, o Komui, o Cross e o Kanda me olhando de lado, mas o Allen me encarando de frente. Eu quase nunca saio de roupa do banheiro, sempre uso toalha. É engraçado estar de toalha e o Allen te encarando. Faz-me pensar em um milhão de coisas. Faz um milhão de reações no meu corpo acontecerem também, mas deixa quieto.

Ultimamente, eu tenho achado meio chato quase todas as minhas ideias para fanfics serem com OCs. Digo, tirando a Lei/Rainha-que-nã0-lembro-o-nome (de MeruPuri) e a Peter/Wendy (preciso falar?), além da Iruka/Alguma-mulher que esou sendo obrigada a escrever, a maioria das minhas ideias são com OCs. E vampiros. De Os Sete ou Vampire Knight. Ou L&Miller. Isso me chateia. Eu quero voltar a escrever casais de verdade de novo. Tenho que começar isso já.

Eu estou precisando de homem. Não de um grande amor (apesar de precisar disso também), mas eu estou com uma necessidade carnavalesca (isso mesmo que você leu, CARNAVALESCA) de me agarrar com alguém. Com aqueles beijos bem lascivos. Tipo tudo o que o Castro Alves fala em "Beijo eterno" ("Vem e morde também" é para matar qualquer um, não?). Fala sério. Nem ligo se não querem compromisso. Eu não quero compromisso. Agarrem-se comigo. Yay.

Gente, que cara gostoso.

É engraçado como um "Durma bem" dele, seguido de um coraçãozinho, deixa-me feliz. É bonitinho.