Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Só é grande se sofrer
Oi, Álvares.
As pessoas certamente já estão sem paciência das minhas cartas para você - e isso porque elas nem viram as escritas à mão. Mas essa carta tinha que ser para você, pura e simplesmente. Eu nem irei me estender muito nela ou algo assim - já falei tanto em outras cartas, outras épocas - só direi que eu realmente desejei escrever para outra pessoa. Para o Erico Verissimo. Machado de Assis. Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade. Porque, bem, esses são normalmente os mortos com quem eu gostaria de poder falar. Mas não seria tão certo quanto escrever para você.
Mas eu vou abandonar o normal teor ultrarromântico e desejoso das minhas cartas. Eu vou falar contigo sobre porque eu te admiro. Porque você, dentre todos os mortos, é o que eu gostaria de conversar com. Você não é melhor do que nenhum daqueles lá de cima - isso não quer dizer que seja pior, é claro. Eu queria falar com você porque eles amadureceram e você não. Eles viveram tempo o suficiente para aprimorar a escrita, para ver coisas da vida e passarem para o papel. Você, não. Você teve 20 anos, nada mais que isso.
E nesses 20 anos, conseguiu fazer poesia, crônicas e uma peça. Além dos ensaios e discursos. E eles não são a obra-prima brasileira, mal estão preocupadas com o país e Solfieri não é nem um nome brasileiro. Você vivia com a cabeça na Europa. A sua poesia era... importada. Calma, sem ofensas! Até porque, como eu te ofenderia?
É só para dizer que eu te admiro. Você não teve nenhum feito heroico ou nenhuma poesia que todos saibam de cor. Mas você fez com que eu soubesse poesias suas de cor. Você fez com que eu gostasse de Literatura. Você mexeu em tanta coisa em mim, eu lia as suas palavras e só conseguia pensar no quão fantástico você era. Em como você seria se tivesse vivido mais - e aí eu imagino que poderia ser absolutamente chato e sem graça, sem o ardor adolescente.
Então, Álvares, obrigada. Você me deixa muito feliz.
E estou com preguiça de colocar uma foto.
Com amor,
Maria Sera... Ops. Morgana.
As pessoas certamente já estão sem paciência das minhas cartas para você - e isso porque elas nem viram as escritas à mão. Mas essa carta tinha que ser para você, pura e simplesmente. Eu nem irei me estender muito nela ou algo assim - já falei tanto em outras cartas, outras épocas - só direi que eu realmente desejei escrever para outra pessoa. Para o Erico Verissimo. Machado de Assis. Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade. Porque, bem, esses são normalmente os mortos com quem eu gostaria de poder falar. Mas não seria tão certo quanto escrever para você.
Mas eu vou abandonar o normal teor ultrarromântico e desejoso das minhas cartas. Eu vou falar contigo sobre porque eu te admiro. Porque você, dentre todos os mortos, é o que eu gostaria de conversar com. Você não é melhor do que nenhum daqueles lá de cima - isso não quer dizer que seja pior, é claro. Eu queria falar com você porque eles amadureceram e você não. Eles viveram tempo o suficiente para aprimorar a escrita, para ver coisas da vida e passarem para o papel. Você, não. Você teve 20 anos, nada mais que isso.
E nesses 20 anos, conseguiu fazer poesia, crônicas e uma peça. Além dos ensaios e discursos. E eles não são a obra-prima brasileira, mal estão preocupadas com o país e Solfieri não é nem um nome brasileiro. Você vivia com a cabeça na Europa. A sua poesia era... importada. Calma, sem ofensas! Até porque, como eu te ofenderia?
É só para dizer que eu te admiro. Você não teve nenhum feito heroico ou nenhuma poesia que todos saibam de cor. Mas você fez com que eu soubesse poesias suas de cor. Você fez com que eu gostasse de Literatura. Você mexeu em tanta coisa em mim, eu lia as suas palavras e só conseguia pensar no quão fantástico você era. Em como você seria se tivesse vivido mais - e aí eu imagino que poderia ser absolutamente chato e sem graça, sem o ardor adolescente.
Então, Álvares, obrigada. Você me deixa muito feliz.
E estou com preguiça de colocar uma foto.
Com amor,
Maria Sera... Ops. Morgana.
Um comentário:
Oi, Morg, eu adoro ler as coisas que você escreve, sabia? Me faz sentir um pouco melhor nos dias que eu não to legal. E hoje eu não to legal e te queria aqui, porque você não ia me entender, mas eu sei que me faria feliz.
Eu queria você e a teté aqui agora pra fazermos uma festa do pijama. E eu queria... muita coisa, mas eu não posso ter nada.
A vida da faculdade é um saco, eu não tenho tempo pra nada. Eu odiei crescer, morg. Eu quero ser criança de novo.
Será que eu também posso ganhar uma cartinha sua mesmo estando viva? Se é que estou mesmo, haha.
Te amo, minha tangerina <3
Da sua Ann.
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