quinta-feira, 3 de março de 2011

Take me home, to my heart

Duas e cinquenta e cinco da manhã e eu olhando para o meu celular, com aquela foto do mar que eu tirei da última vez que a gente foi pra praia. Eu fico olhando e pensando que deitei aqui dez da noite e ainda não consegui e só tô olhando pra foto e pra praia e pensando como eu queria estar lá de novo, como eu queria estar lá para sempre.

Eu fecho os olhos e respiro bem fundo, pra tentar acalmar meu coração, só que ele não se acalma. Ele continua batendo como se eu estivesse num pula-pula. Eu abro os olhos de novo e a tela do celular já ficou escura, e eu aperto qualquer botão só pra ver o mar de novo.

Então já são três horas e e, porra, eu ainda não dormi pensando em você. Eu penso em mandar uma mensagem, sabe, uma mensagem feliz que não transmita nada do que eu quero dizer, eu penso em mandar um "leva tal livro amanhã", mas ia ser muito besta da minha parte. Sabe, eu sempre odiei ficar tendo que inventar desculpas para falar com alguém. Todos as meninas que eu gostei, eu falava. Todos os meninos que eu gostei, eu falava. Na lata, e nunca dava certo, era sempre um pedido de desculpas para a minha coleção.

Daí, quando deu três e três, eu te liguei, mesmo sabendo que tem aula daqui a algumas horas e que você vai demorar a dormir, mas foda-se. A vida não é só sobre você.

"... Hã?" você atende, meio sonolento e eu penso que seria engraçado dizer que sofri um terrível acidente de carro e que só você pode me ajudar, porque meus pais não atendem, mas seria um grande desrespeito com as pessoas que realmente sofreram acidentes de carro.

"Oi. Acho que estou apaixonado por você."

"... sério?"

"Sério. Boa noite."

"Não!"

"Hã?"

"Não dá para ter uma boa noite agora."

Eu fico em silêncio, pensando que eu sou idiota demais, mas que eu sempre soube que não ia dar em nada. Meu coração volta a acelerar e eu vou deslizando o dedo para o botão de desligar, só que eu sei que não vou desligar, porque tua respiração ainda tá lá, tu ainda tá acordado e só por minha causa. A gente fica um tempão assim, só respirando, e eu penso que nunca mais vou conseguir dormir e que vou faltar o colégio amanhã só pra acabar com o constrangimento entre nós.

"Não dá." você repete. "Por que você não me contou isso de manhã, quando eu poderia te abraçar e te beijar? Babaca."

Eu rio e digo boa noite e você desliga. Meu coração parou de acelerar, eu viro de lado e durmo em um segundo.

3 comentários:

Muni disse...

aaaaaaaaawww <3

BARROS, Bruna Andrade. disse...

Que amoooooooor. ♥

T disse...

Sim, e as borboletas vindo até a minha garganta com esse texto, Dona Morgana? ♥_♥