sexta-feira, 16 de março de 2012

and it came to me then

Um dia você vai morrer. Não é engraçado? Um dia você vai morrer, meu amor, e tudo que um dia você foi e pensou e desejou e conquistou e perdeu vai se apagar. Um dia você vai morrer, e durante um tempo, pessoas ainda chorarão sua morte, mas então, todas as pessoas que você conheceu vão morrer e você não vai ser nada. Um dia você vai morrer! Essa ideia é tão engraçada e tão absurda. Eu me pergunto, será que eu vou morrer antes de você? Ou você vai morrer antes de mim? A gente vai morrer, um dia. Você quer ser cremado ou enterrado? Será que vai ser uma morte tão calma em que você possa decidir isso? E se você morrer amanhã, num acidente de avião, e seu corpo for queimado? Você foi cremado. Ha. Ha. Ha. Ou então, você cai no mar, e vai servir de comida para sabe-se lá o que. Você vai morrer. Eu vou morrer. Tudo o que um dia eu fui vai se apagar. A vida da gente é uma vela, não é? Em algum momento, a vela acaba. O sentido natural. Algumas vezes, alguém vem e apaga a vela. Algo brusco. Você. Vai. Morrer. Eu fico pensando nisso, várias e várias vezes. Eu me imagino na frente do seu caixão. Quem disse que você vai morrer antes de mim? Deve ser só essa minha mente doente, mesmo. Para ficar pensando em morte, na minha morte, na sua morte. É só para eu me acostumar com a ideia de que, um dia, todas essas sensações, e emoções, e tristezas, e paixões e sabe-se lá o que... Um dia, elas não valerão nada.

3 comentários:

Hide and Seek disse...

E aí se faz muito importante aquela nossa gigantesca discussão sobre almas/vidas passadas/almas gêmeas/pactos pagãos.

Morrer no me gusta.

Filipa Santos Lopes disse...

Meu, este é de todos os teus textos o que mais entrou em mim. Dói porque é verdade, mas é tão lindo que se esquece essa dor.

T disse...

Faça a gentileza de ouvir The Kids From Yesterday do MCR, thank you and good night.