Eleanor Rigby gostava da igreja. Talvez porque houvesse passado tantos e tantos anos da sua vida lá. Quando era menina, sua mãe fazia ir todos os domingos. Quando se casou, naquela mesma igreja. E quando John se foi - ah, seu John! - naquela maldita guerra... Quem mais via as lágrimas que rolavam pelo rosto de Eleanor Rigby era a Virgem Maria. Talvez porque ninguém mais se importasse. Talvez porque a única pessoa que ia se ajoelhar naqueles bancos velhos de madeira era a senhora Rigby. Que as crianças conheciam só de nome, os adultos já não se importavam, afinal, ela vivia há tanto tempo naquela casa, sozinha... Nem o padre McKenzie se importava tanto assim. Sabia que ambos estavam presos às suas solidões e não queria interferir nisso. Não gostava de interferir. Eleanor já era conhecida como a senhora solitária e nada mudaria isso. Eleanor Rigby gostava de apoiar os braços na janela e lembrar quando era moça e John estava ao seu lado. Mas John Rigby estava morto e Eleanor Rigby era só uma senhora solitária. Quando Eleanor Rigby morreu, ninguém foi ao enterro. Padre McKenzie parou de costurar suas meias e foi sozinho ao cemitério, enterrando-a. Rezou baixinho pela alma solitária de Eleanor Rigby e voltou para casa. De novo, sozinho. Ninguém estava salvo.
Eleanor Rigby chegou ao céu e não estava mais tão só assim.
Quero falar um pouco sobre "A Baleia"
Há um ano
Um comentário:
Aaaaaaah, look at all the lonely people ♥
Tô adorando seus textos com as musiquinhas Morg. Elas são uns amorzinhos. Eu já tava com pena da Sra. Rigby, mas achei que fosse ficar por isso mesmo. E você conseguiu ainda um final feliz pra ela, hahaa XD
Beijos ♥
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